terça-feira, 18 de novembro de 2014

Escolhendo o primeiro aerografo e compressor.



Você esta começando no hobby e está louco para partir para aerografia, mas os equipamentos são meio caros, existe muito opções e você está completamente perdido no que vai escolher. Então vou te ensinar o que procurar em m aerografo e compressor para te ajudar nessa decisão

Começando pelo compressor. Compressor costuma ser a parte mais cara do conjnto, pelo menos hoje é assim. Existe algumas marcas que fazem compressores específicos para aerografia, para usos internos, silenciosos e etc. O que você tem que procurar em um compressor são os seguintes aspectos:


Pressão e fluxo contínuo: O aerografo não demanda grandes pressões. Bons aerografos para modelismo trabalham entre 5 e 25 psi, por isso o compressor pode ser pequeno. Mas é fundamental e indispensável que o compressor tenha uma saída de ar de fluxo continuo. Ou seja, ele precisa ter algum dispositivo que represe o ar que sai pulsante do diafragma e libere de forma continua e gradual, de preferência com ajuste nessa pressão de saída, dispositivos como filtros, reservatório, câmaras de expansão e etc fazem esse serviço. Uso de mangueiras muito muito longas podem sanar esse problema (estou falando de mais de 20m de mangueira)

Barulho: Geralmente nosso hobby é algo caseiro, e um compressor muito grande e barulhento pode incomodar quem está a nossa volta e a nós mesmo, além de correr por aí pela sala.

Atento a esses detalhes, vou comentar sobre as opções de compressores mais acessiveis no Brasil hoje, para te ajudar a escolher qual é o compressor ideal para seu uso.

Compressor portátil Wimpel: como o próprio nome já diz, é um compressor portátil, para viagens, ou para quem não tem uma oficina fixa ou nem muito espaço para armazenamento. Ele é pequeno, de baixo ruido e muito prático, mas não é um compressor definitivo. Ele possui limitações em relação a pressão e fluxo, que pode ser essencial na hora de trabalhar com tintas de pigmentação mais espeça como tintas acrílicas a base de água. Recomendo como um “quebra-galho”, não como um compresssor definitivo, mais o seu baixo custo compensa sua compra ao invés de montar um compressor caseiro com inalador, por exemplo, e pode ser uma boa ferramenta enquanto você guarda seu dinheiro para comprar um compressor definitivo.







Compressores Sagyma com e sem reservatório: O compressor sagyma é uma ótima opção para a aerografia. Ele é compacto, seu barulho não é dos maiores, totalmente suportável (seus vizinhos, nem quem estiver na sala ao lado, irá reclamar do barulho), trabalha com uma gama boa de pressão, possui filtro e fluxo continuo. Não recomendo adquirir o modelo sem o reservatório. Não que ele seja ruim, mas o reservatório é algo importante para um compressor, tanto para a regulagem da pressão e do fluxo, quanto na vida útil e no funcionamento do compressor em si. Então, se você esta pensando em adquiri um sagyma sem reservatório, guarda um pouco mais do seu dinheiro e compre o modelo com reservatório, vale a pena. Eles são bastante duráveis, manutenção zero (só precisa ser drenado as vezes, mais nada), uma ótima opção para um compressor de aerografia definitivo.


Compressores de motor de geladeira: Não vou especificar uma marca desses compressores pois existem algumas, nenhuma muito grande, quase sempre caseiras ou microempresas, e todas fazem um compressor quase que igual um do outro. Exite até esquemas na internet para você fazer um desses você mesmo. São todos muito bons, absolutamente silenciosos e eficientes. Demandam um pouquinho de manutenção, mas nada que desanime. Esse é o modelo de compressor mais recomendável, e geralmente o mais caro também, mas vale o investimento. Ele é tão silencioso que você não sabe nem quando ele esta ligado ou não.






Visto as opções de compressores, agora é hora de escolhermos um aerógrafo Hoje em dia o mercado está inflado de aerógrafos a venda, principalmente os aerógrafos chineses. Bons ou não, eles tiveram e tem uma função importante para o hobby, que é a popularização do uso do aerógrafo. Até o inicio dos anos 2000, ter um aerógrafo era coisa muito cara. Contando minha experiência própria, meu primeiro aerógrafo eu comprei de um amigo meu, ele havia usado bem pouco o aerógrafo e me fez um preço super camarada, algo em torno de 500 reais. Hoje em dia há aerógrafos bons a venda por pouco mais de 100 reais, além do fato de que todos as marcas de aerógrafos tiveram que rever o preço de seus produtos para baixo, para poderem competir com os chineses.
Eu irei dar um resumo de alguns aerógrafos de algumas marcas, os prós e contras, mas antes disso, o que devemos procurar em um aerógrafo?

Agulha: o diâmetro da ponta do aerógrafo é o que determina sua delicadeza e precisão. Existem diversas agulhas, mas o que um modelista precisa de verdade é um bom aerógrafo de agulha 0,3mm. Tendo um bom aerógrafo 0,3 você não precisa ter outro equipamento, ele é o mais equilibrado em termos de traços finos e leques grandes de pintura. Os outros diâmetros de agulha serão apenas para trabalhos muito específicos. Um aerógrafo 0,25 ou inferior você consegue fazer traços muito finos, mas é um aerógrafo muito chato de se usar, pois eles entopem muito, e fora pequenos traços e efeitos, o aerógrafo de agulho fina é quase inútil para outras funções. Pintar uma carroceria, hull ou fuselagem com um aerógrafo desse vira uma tarefa de intermináveis horas, e o resultado será quase na certa uma pintura irregular. Já um aerógrafo de agulha 0,4mm ou superior já serve para superfícies maiores, como cascos de navio, ou modelos maiores. São mais úteis, mas não são aerógrafos delicados, péssimo para efeitos ou camuflagens. Outra dica: Não compre os modelos de aerógrafos que possuem vários tipos de agulhas e pontas. Essas partes do aerógrafo são muito delicadas, e o manuseio de ficar trocando bico e agulha acabam danificado o aerógrafo. Essas peças do aerógrafo devem ser removidas o mínimo possível, de preferência nunca, então fica a minha dica. Opte sempre pelo mais simples.

Aerógrafo de gravidade ou sucção: Para seu primeiro aerógrafo opte por um aerógrafo de gravidade. Mas o que é isso? Aerógrafo de gravidade são aqueles que o copo do aerógrafo fica voltado pra cima. Esse é o melhor sistema de alimentação para um aerógrafo, deixa o aerógrafo mais estável e delicado, obtêm aproveitamento total da tinta e evita acidentes. Os aerógrafos com alimentação por sucção são os de copinho pra baixo, a tinta entra no aerógrafo sugada por um canudo. Esse tipo de alimentação só é desejável em aerógrafos de agulhas maiores, já que a única vantagem desses aerógrafos é a quantidade de tinta que eles carregam

Aerógrafo de gravidade de copo central ou lateral: Nesse quesito, não exite melhor ou pior, é uma questão de gosto e postura, fica por conta do modelista escolher qual é o melhor para ele mesmo. Os aerógrafos de copo central são mais equilibrados na mão, e evitam mais acidentes como a queda do copo, mas podem incomodar modelistas com mãos maiores, ou modelistas que gostam de por o aerógrafo na frente do rosto, como se mirassem o aerógrafo, esse copinho fixo em cima atrapalha. O copinho lateral deixa o aerógrafo desequilibrado e é mais propenso a acidentes, mas pode ser mais confortável o uso, e deixa a visão da ponta do aerógrafo livre. Os prós e contras se equilibram, eu mesmo não faço distinção de um tipo para o outro. Fique atento na hora da compra se o aerógrafo que está escolhendo tem os copos fixo ou removíveis. Copos removíveis são mais práticos para limpeza, e sempre existe a possibilidade de haver vários modelos de copos para o mesmo aerógrafo. Para aerógrafos com copo lateral, os melhores são aqueles que possuem trava anti queda, mas infelizmente nem todos o possuem.

Trava de curso de agulha: é aquela rosca que o aerógrafo possui na parte de trás do corpo, na culatra dele. Essa rosca é muito importante, principalmente para quem está começando na aerografia. Trata-se de uma regulagem do aerógrafo da qual você limita a abertura da agulha, ou seja, você determina o traço que deseja fazer com o aerógrafo, ideal para camuflagens e pequenos traços. Dê preferencia para modelos com essa trava.

Aerógrafo de ação dupla ou simples: Nos aerógrafos de ação simples, o ar sai continuamente do aerógrafo, e você só controla a abertura da agulha da tinta. Em alguns casos é ao contrário, a abertura de tinta é previamente setada, o botão do aerógrafo controla somente a válvula de ar. Já um aerógrafo de ação dupla, o botão acionador do aerógrafo possui dois movimentos para que haja o controle simultâneo da abertura de ar e da agulha. Não recomendo muito os aerógrafos de ação simples pois geralmente eles são muito limitados, e sempre existe a possibilidade de transformar um aerógrafo de ação dupla em ação simples para determinado serviço.


Prestando atenção nos itens acima, vou agora dar um resumo das boas opções que são as mais comuns de esbarrarmos por ai numa loja de modelismo ou ferramentas:


Sagyma / Torre Brasil / western e outros: Acho importante começar por essas marcas importadoras de aerógrafos da china, responsáveis por inchar nosso mercado de aerógrafos. E vou juntar todas num comentário só pois a sensação que eu tenho que todas embalam os mesmo aerógrafo, pelo menos é o que eu senti quando usei e manuseei eles. Vou ser sincero e dar a  minha opinião sobre esses aerógrafos Eles não são as melhores opções de aerografia, exitem opções melhores, mas o custo beneficio deles é imbatível, e o aerógrafo é bom sim. Repito, os aerógrafos são bons, sinal verde para comprá-los!!! Eles seguem o layout clássico dos aerógrafos japoneses, acredito até que sejam copias de aerógrafos da marca Iwata. Seus preços são imbatíveis, eles possuem comandos leves e longos, a válvula não é muito delicada, mas os traços são muito bons. Quando eles são novinhos e bem cuidados, não devem nada para ninguém, mas devido a tolerância nas medidas na hora da fabricação, o aerógrafo acaba se deteriorando mais rápido que os outros. De todos os aerógrafos que tenho e já tive, foram os únicos que eu tive que aposentar por desgaste, e eles são tão baratinhos, que não vale a pena comprar um conjunto de agulhas e bicos novos. Outra coisa que me incomoda um pouco nesses aerógrafos são as vedações, feitas de material de baixa qualidade, acabam estragando aos primeiros contatos com thinner ou outros diluentes mais fortes. Gosto muito do modelo com copinho lateral, já que é um dos poucos que vem com trava anti queda. Evite os modelos multi agulhas e os de agulhas muito finas pelos motivos já citados.





Tamiya: a marca da excelência no modelismo não iria nos decepcionar na hora de nos fornecer um aerógrafo. É verdade que eles terceirizam a fabricação dos aerógrafos, mas mesmo assim a qualidade do produto é muito superior. Eles seguem o layout clássico dos aerógrafos japoneses (óbvio), geralmente possuem o corpo mais alongado, repousando super bem sobre a nossa mão, além de serem aerógrafos super calibrados e equilibrados. Sua agulha é super precisa, mas algo que incomoda é a válvula, que é muito justa, ela endurece com o tempo e é preciso sempre fazer uma manutenção e lubrificação dela. Outro detalhe importante é em relação a vedação do bico no aerógrafo. Apesar de ser feita de borracha de qualidade, a vedação não aguenta muito tempo o contato com diluentes muito forte. A vantagem é que esses aerógrafos são tão precisos que é possível remover essas vedações, a própria rosca acaba vedando ele de forma hermética.




Iwata: A marca antes japonesa, agora americana, possui uma serie muito extensa de modelos e finalidades de aerógrafos. É comum achá-los a venda na internet, já que eles são muito abundantes nos EUA, e com cada vez mais brasileiros indo para lá para compras, não é nada estranho que apareça esses aerógrafos por aqui. A marca agora é americana, mas ela ainda segue todo o layout e arquitetura dos aerógrafos japoneses. As válvulas são muito parecidas com as da tamiya, citadas anteriormente, mas não tão justas, deixando o botão ligeiramente mais leve principalmente no comando da válvula de ar.



Badger: A marca clássica de aerógrafos americanos, continua na ativa e com excelentes produtos. A arquitetura dos aerógrafos é bem distinta das demais em tudo, desde a media das mangueiras e conexões, até a forma dos botões, atuadores e pivôs internos. Modelos clássico como o 100 e o 150 são pequenos, compactos e precisos, com botões leves e extremamente delicados e sensíveis. Possui um corpo leve e curto em relação a outras marcas, e a geometria da agulha favorece uma abertura maior do leque. Mas isso não é para todos os modelos, a marca sustenta uma linha satisfatória de bons aerógrafos, de layout e arquitetura variados, incluindo um curioso (e ótimo) modelo de aerógrafo de alimentação mista (ele tem um copinho para gravidade, mas girando ele no próprio eixo central do aerógrafo para baixo, é possível engatar um copinho de sucção), possui uma agulha de geometria que consegue desde traços fininhos, até aberturas maiores para grandes trabalhos.






Paasche: Uma outra boa marca americana, foca em aerógrafos maiores, para trabalhos grandes, artesanatos, reparos automotivos e etc... O aerógrafo possui comandos longos e leves, mas não é um aerógrafo muito preciso devido a agulha grande. Isso falando dos modelos mais tradicionais da marca, que já alguns anos vem desenvolvendo uma linha especifica para modelistas com características muito semelhantes ao aerógrafos japoneses.





Aztek Testors: Essa outra marca americana desenvolveu um aerógrafo no intuito de resolver todos os problemas e falhas que os aerógrafos possuem. Ele é totalmente plastico, tornando-o extremamente leve. Seus comandos são levíssimo, sua pegada e confortável e diferenciada. A mangueira de ar entra pela culatra do aerógrafo, passando por traz da mão. O sistema de agulha e bico é o único sistema intercambiável confiável, sem risco de dano ao equipamento, e cada função/finalidade de agulha é identificada por uma cor diferente. É um dos únicos aerógrafos ambidestro que conheço, ou seja, o copinho pode entrar pelas duas laterais do corpo do aerógrafo, além de ele possuir uma gama de copinhos de gravidade e sucção. Ele ainda tem um sistema inteligente de regulagem para ação simples na parte traseira do aerógrafo Resumindo, muitos aparelhos em um só. Mas nessa toada de resolver todos os problemas dos outros aerógrafos, ele acabou gerando seus próprios problemas. Não é um aerógrafo dos mais fáceis de lidar e usar. Seus sistema de agulhas entope muito, e é de difícil limpeza. Qualquer manutenção que seja necessário nele é mito difícil de ser feita (o fabricante nem recomenda que seja aberto o corpo do aerógrafo). Eu gosto muito desse aerógrafo, mas não recomendo para iniciantes.



Gatti: Para quem sempre duvida e denigre os produtos nacionais, os aerógrafos da Gatti deixam esses caídos de cara no chão, chorando copiosamente. A marca fabrica um dos melhores aerógrafos do mundo, de qualidade superior, precisão e robustez, coisa fina de verdade. O aerógrafo possui uma arquitetura semelhante aos aerógrafos japoneses, mas com peculiaridades e medidas próprias. O aerógrafo de corpo curto, leve, copo lateral, sua agulha é bastante precisa, com traços bem finos, mas que também abre um leque muito bom para trabalhos maiores. O aerógrafo tem uma arquitetura interna muito robusta, com peças grandes e fortes, é um aerógrafo que dificilmente entope, e mesmo assim consegue manter um traço delicado. O que incomoda um pouco é seu tamanho reduzido, a coroa do bico não ser inteiriça como em modelos japoneses, e o duto de ar que passa em L na parte de baixo do aerógrafo, pode interferir um pouco na pegada. As medidas exclusivas para engates e roscas incomodam um pouco também.




Agora você já sabe o que procurar num compressor e num aerógrafo, com um comentário sobre as principais marcas disponíveis hoje. Agora é só começar a pintar.      

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Gloster Meteor TF 7 FAB

Projeto Gloster Meteor TF-07 FAB



problemas com gap e folgas em
quase todo modelo
Tentativas de desempenar
a fuselagem
Todo mundo que já montou um kit em resina, sabe o tamanho do tormento que é. Sinceramente é difícil de dizer o que acontece... No mercado existem um milhar de sets de resina para melhoramento de kits, e a grande maioria é muito boa, mas os fabricantes tem uma enorme dificuldade em imprimir essa qualidade quando se trata de um modelo inteiro. Existem os bons kits de resina? Sim! Mas para cada kit bom em resina, existem outros 10 que não valem o peso deles em epox...
Kit feito em vários tipos de materiais.


Primer PU bem caprichado 
Pois bem, me deparei com um modelo desses... Fui procurado para executar um projeto lindo, uma belíssima homenagem a um piloto brasileiro, pioneiro nos Glosters Meteors no Brasil. O projeto incluía o avião e um belíssimo diorama a ser confeccionado baseado em uma foto de época, tudo na escala 1/72, minha escala “queridinha”. Mas nem tudo são flores... A beleza desse projeto parava no kit disponível. O meu contratante apareceu com o Gloster Meteor Tf-7 da nacional commando 5.
Pre-shadding com preto acrílico antes do alumínio 
O kit é um “short range” de péssima qualidade. Ao avaliar o projeto, deixei bem claro ao meu cliente que algumas falhas do modelo seriam corrigidas, mas não todas, pois isso beiraria o impossível, e o preço final do projeto seria impensável para um modelo 1/72. Tirando esse detalhe menor, o modelo poderia sim ser executado.
Na minha humilde ignorância eu pensava que havia chegado no ápice da ruindade em um kit quando montei o Sr-72 1/48 da Testors. Mas esse supera qualquer coisa... Não houve uma peça sequer no kit que não precisou ser ou corrigida, ou consertada, refeita, ajustada, ou ambas... nenhuma!!!
alumínio extra fino aerotech
A fuselagem envergada sofreu os mais absurdos e enigmáticos métodos de endireitamento... quase em vão... A escolha da resina para as copias não foi a melhor sem duvida. O material é poroso, cheio de bolhas em lugares importantes, muito frágil em alguns pontos mais finos, difícil mesmo de lidar. A ruindade da resina quase ofuscaram a tortuosidade e falhas dos trens de pouso em metal (chumbo). Mas não conseguiu disfarçar a ruindade da transparência! Afff... o que era aquilo???? A parte mais delicada do kit veio totalmente envergada, e quase não deu para aproveitá-la. O arremate da peça precisou ser enorme! Mas antes de me entrever com a transparência, as duas metades da fuselagem já haviam dado um show de ruindade. Alem da tortuosidade já relatada, as metades vieram com um gap entre elas que em alguns pontos chegou a mais de 5mm (!!!!!), sendo preciso enxertar muito material. Nada de massa ou puty, foi tiras de estireno, cola de fusão e muito bonder!
figuras preiser 1/72 modificadas
Um kit com tantos problemas, é até difícil tirar alguma coisa dele... A pintura lisa no alumínio penou para sair, e nem de longe é o melhor trabalho em alumínio exposto que eu fiz. A pintura teve uma camada bastante generosa de primer poliuretano, já que além do kit ser de resina, partes do avião eram feitas em resinas diferentes, uma vermelha mais fina e quebradiça, e outra azul, mais solida e dura, mas com muitas bolhas, e ainda as peças em chumbo mole.
A pintura foi feita com alumínio extrafino acrílico da Aerotech, com aplicação de um pré-shadding antes da aplicação do alumínio.
Mas o resultado final ficou interessante! Particularmente gostei do resultado final do diorama. As figuras foram feitos a partir de figuras da Preiser, o cenário foi feito com estireno e isopor. O acabamento das bordas foi feito com massa para modelar, cores cinzas e washed. Espero que gostem!

Sobre o Gloster Meteor:

Já ao final da primeira guerra mundial, os engenheiros e pilotos já experimentavam as limitações da propulsão a hélice nos aviões, e desde os anos 20 engenheiros aeronáuticos civis e e militares já repensavam novas formas de propulsão para os aviões. Embora as ideias tendenssem à época para a propulsão a foguete, alguns engenheiros trabalhavam de forma paralela em um novo formato de motor que misturasse o conceito de combustão interna e propulsão por exaustão de gases em alta velocidade.
Esse é um dos casos em que engenheiros diferentes em países diferentes, trabalhando em paralelo, chegavam as mesmas respostas ou a soluções muito parecidas. Era o caso do jovem engenheiro britânico Frank Whittle, que desenvolveu um projeto de motor onde uma série de hélices confinadas geravam o propulsão, e o que movia essas hélices seria uma turbina a gás. (Quem entende de motores a jato deve ter notado que este é um esquema muito parecido com o que é um motor a jato hoje em dia). Whittle ofereceu sua patente ao comando da RAF em troca de patrocínio para o projeto, mas isso não aconteceu de início, e Whittle acabou fundando sua própria companhia, a Power Jets Ltd., para poder desenvolver sua tecnologia.
Mas na segunda metade dos anos 30, com a eminência da guerra, e com os Alemães próximos de alcançarem a propulsão a jato, além de EUA e URSS também estudando a propulsão a reação, a RAF começou a olhar para Whittle com outros olhos. Seu escritório ganhou não só o patrocínio real, mas recebeu um pedido de um protótipo para testes até o final da década. Com o “Motor Whittle” pronto, o projeto foi entregue a Gloster Aircraft Co para o desenvolvimento de uma aeronave. Em 1941 voou pela primeira vez uma aeronave a jato nos moldes que conhecemos hoje, o Gloster E28/89, uma pequena aeronave experimental movida por um motor Whittle. O avião obteve bons resultados nos testes, principalmente em aspectos onde as hélices convencionais ainda falhavam, como altas altitudes e velocidades acima de 350 mph.
Em 1942 a RAF encomendou a Gloster e a Whittle um avião que utiliza-se tais tecnologias empregadas na aviação de caça, já que os boatos de que a Alemanha estava muito próxima de seu caça a jato 262 (que depois, viria ter seu lançamento atrasado pelo próprio Hitler num erro estratégico). Desta demanda nasceu o Gloster F9/40, o protótipo do que viria ser o Meteor F 1, um robusto caça movido por dois Jatos Whittle embutidos nas asas. A arma para desafiar os 262 chegou tarde em operação, apenas no final de 1944, e com a guerra tomando a proa final dela, o alto comando da RAF usou de muita cautela no Meteor com medo de expor seu projeto secreto ao inimigo. Os F 1 ficaram confinados ao território britânico, e as poucas unidades fabricadas serviram para adaptação dos pilotos para novas tecnologias (prevendo que o futuro da aviação estava na propulsão a reação) e na nobre função de patrulha contra os misseis V-1. O Gloster era o único aparelho britânico capaz de interceptar os foguetes alemães, sua eficiência era muito menor do que o aumento da moral na população civil e nos militares que tais interceptações causaram. Curioso salientar que o primeiro (e o segundo e depois alguns outros) V-1 abatido por um Gloster foi derrubado não pelos canhões do avião, que haviam travado, e sim com uma manobra onde o piloto moveu a ponta da asa de seu Gloster Meteor F 1 bem próximo a asa do foguete V-1, causando uma leve instabilidade no foguete, o suficiente para embaralhar o sistema do giroscópio do foguete e fazendo com que ele caísse bem longe de seu alvo...
Seu uso na guerra foi muito pontual, e seu sistema a propano havia falhado pouco, mas incomodava o comando da RAF, que acabou entregando as patentes de Whittle a Rolls-Royce para que ela produzisse um motor mais barato, eficiente, de maior produção e que usasse combustíveis convencionais. A segunda versão do Meteor, a F 3, ganhou o novo motor modificado, parecido com os esquemas originais de Whittle, mas agora o motor era movido a querosene de aviação, e havia ganhado um saída de exaustão maior e mais alongada. Essa mudança tornou o avião mais prático e usual, totalmente inserido no cenário dos motores a reação até hoje, e foi importante para a importância que o avião teve na sua carreira no pós guerra.
O Gloster Meter se tornou o grande avião “faz-tudo” da RAF nos anos 40 e 50. Foi o principal treinador de pilotos para a nova tecnologia, um excelente avião de reconhecimento e ataque ao solo, cobaia para testes de aviões a jatos em diversos usos, como os que testaram os pousos de jatos em porta-aviões, os que testaram o sistema de propulsão a turbo-hélice, os que testaram os sistemas de acentos ejetores e etc... Houve também os modelos “narigudos” que eram equipados com os mais potentes sistemas de radar da época. Sua versatilidade o levou ao mundo todo, e se tornou um item de exportação para vários países que se aproveitaram das vantagens do Gloster Meter para desenvolverem a aviação a jato em seus países.

Meteor no Brasil
O Brasil é um desses países que adquiriram o Gloster meteor nos anos 50. Todos os países que quisessem adquirir as versões de caça do Meteor como o F 8, a Gloster e o governo Britânico oferecia um pacote que incluía unidades da versão treinadora de dois lugares, o T 7. Com o Brasil não foi diferente. Os Glosters Meteor vieram de uma negociação como o governo Britânico, e foram pagos aos ingleses com commodities bem Brasileiras, como madeiras nobres da amazônia e algodão cultivado no paraná. As primeiras unidades foram entregues em 1953, e voaram até meados de 1971. Como em outros lugares do mundo, sua principal função no Brasil era a vigilância do espaço aéreo, reconhecimento e ataque ao solo, mas o que o Meteor foi bom mesmo foi na introdução da força aérea brasileira a essa nova realidade que é a propulsão a jato, até hoje por sinal, e preparou pilotos e mecânicos para as novas tecnologias dos séculos XX e XXI. Mas logo o Meteor, um projeto dos anos 40 reciclado, ficou obsoleto, tanto na sua performance quanto no seu Layout de motores embutidos nas asas, suas asas convencionais com diedro positivo e sem enflechamento e sua deriva esbelta, não condiziam mais com os novos aviões em delta, motores enormes dentro das fuselagem, derivas robustas e velocidades muito além das do som... Cumprindo muito bem suas funções nos anos 50 e 60, o Gloster Meteor F8 e seu treinador TF 7 (a versão do diorama) deixaram a cena de forma elegante, como todo Britânico, para os novos equipamentos como o F-5, Mirage, Amx e outros...




















"Olha a foto!!"





quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Técnica básica de pintura de figuras Blog do Chiquito



Olá amigos.



Esse é o filme que fiz sobre técnica de pintura básica de figuras. Espero que gostem. E não esqueçam de mandar suas dúvidas.



Um abraço!










terça-feira, 5 de agosto de 2014

Saudações amigos.

Segue o primeiro vídeo do canal blog do chiquito no YouTube. Agradeço a loja sebring modelismo e ao meu chapa modelista Jr-Fel .

Espero que gostem. E mandem suas dúvidas, elas podem virar o tema do próximo vídeo. Me siga no Facebook.com/blogdochiquito .

Um abraço a todos. 



segunda-feira, 7 de julho de 2014

A7V e o diorama da primeira batalha entre tanques (paerte 1)


Tanque em fase inicial de pintura
Montar kit referentes a primeira guerra é sempre um grande desafio, não pelo tema em si, mas pela a qualidade dos modelos. A primeira guerra mundial foi o evento mais horrível e estressante da humanidade. Seus números absolutos podem não ser os maiores, mas ao se estudar as minucias desse conflito, fica evidente o grau de devastação que essa guerra causou. Esse ano completa-se um século do incio deste conflito, do qual tive antepassados que participaram e ainda possuo algumas medalhas da época, resolvi prestar uma pequena homenagem aos bravos que lutaram nessa surreal ocasião. A grande guerra é um conflito completo, muito bem registrado, em fotos e filmes, mas infelizmente é delegado a segundo plano pelos fabricantes e modelistas. Optar por esse tema é quase sempre navegar em águas duvidosas, ou melhor, kits duvidosos. Existem poucos kits, a maioria em escalas menores como a 1/72, e geralmente são kit ruins. É logico que alguém vai ler isso aqui e lembrar dos novíssimos kits de aviões da Wingnuts, esses que são verdadeiras joias modernas do plastimodelismo, mas quem conhece a causa sabe que eles são a extrema exceção quando se trata de Primeira Guerra Mundial.
inicio da camuflagem 
Minha ideia era representar a primeira batalha de tanques que ocorreu na história, entre um A7V alemão e dois tanques Mark IV ingleses, ocorrido durante a segunda batalha de Villers-Bretonneux
. Mas ao invés de criar um diorama contendo tudo, irei criar tres pequenas vinhetas que se completam no final.
Pintura finalizada
Projetando a base
Ao começar pelo A7V alemão. O kit escolhido foi um antigo kit da Emhar. Para quem não conhece, essa pequena marca inglesa produz kits de veículos raros, como os tanques e veículos da primeira guerra. O kit e extremamente simples, e mesmo assim é bastante ruim. Cheio de problemas de encaixe, falhas nas juntas, peças mau projetadas e etc. Uma ruindade concentrada, assim como foi a primeira guerra.
Base feita com isopor e pasta para modelagem
Algo muito difícil nesses casos é achar boas referencias de cores. Em toda minha pesquisa, a fonte que acabou me passando mais informações foi o bom e velho Panzer Collors, da editora Squadron, mesmo sendo um livro sobre pinturas dos tanques da segunda guerra, ele foi o que me tirou todas as dúvidas sobre pinturas da primeira guerra. As cores já possuíam as padronizações que conhecemos na segunda guerra, como o dark yellow, panzer grey, dark green e tudo mais. O cinza (a cor ecolhida) era largamente utilizada em veículos e uniformes alemães devido ao fato da cor se “sujar” mais no ambiente. A poeira se agarra as superfícies tornando o tanque naturalmente da cor de seu ambiente. Essa técnica permanece em vigor até os anos quarenta, e o verde escuro escolhido pelos americanos nas guerras é pelo mesmo motivo. O marrom da pintura ajudava o tanque a se misturar ao enorme mar de lama que foi a primeira guerra mundial. Mas dos 20 A7V construídos durante a primeira guerra mundial, não houve dois com a mesma pintura. Houve aqueles que sairam todo dark yellow, outros sairam cinza com manchas verdes, houve aquele todo verde e o todo marrom, padrões variados de pintura, zebrado, tigrado, ameba, mancha e por ai vai...
Paredes da trincheira feitas em madeira. 
As figuras são do set da Airfix. Não há nada que eu recomende nessas figuras além do fato de elas serem as únicas disponíveis no mercado. Mas são péssimas. Se você conhece uma palavra que seja mais forte do que “péssima”, fique a vontade para usar... as figuras não tem expressão, as rebarbas ficam em pontos importantes das figuras, como o meio do rosto, o plástico usado é de péssima qualidade, e a posição de algumas figuras é ridícula. Foi da tentativa que arrumas uma dessas figuras, um soldado aparentemente ferido ou morto, mas com a “perninha” dobrada, que nasceu a imagem do homem terrivelmente mutilado na base. Não sou adepto dessas escolhas de gosto duvidoso, mas a figura em si já é de gosto duvidoso, até que não foi um final tão ruim para tal figura. Para representar a lama sem fim no diorama, foi utilizado uma mistura de pasta de modelar e terra, extremamente peneirada para adequar a escala. A trincheira foi construída rusticamente com pequenos pedacinhos de madeira, palitinhos de sorvetes cortados, depois escurecidos com tinta óleo de diversa cores. Estou com bastante trabalho pela frente, mas em breve eu consigo finalizar esse projeto com os tanques ingleses.

Sobre o A7V

projeto finalizado
Figuras da Airfix, de péssima qualidade
Os primeiros tanques as desfilar pela primeira guerra foi os ingleses. A ideia inicial era a criação de um carro blindado para uso geral no front, que andasse em terrenos ruins, aguentasse fogo de armas leves e algumas artilharias, e que conseguisse atravessar as trincheiras. O resultado foi o Mark I, o classico tanque inglês, pesado, extremamente lento, montado sobre esteiras, assim como alguns tratores da época, para uma maior distribuição de peso para não atolar na terrível lama da primeira guerra. Inicialmente o Mark I carregava soldados, suplementos, água e munição para as trincheiras. Mas logo a ideia de armá-lo com metralhadoras, e depois com canhões, veio para ficar.
A guerra é cruel...

Werner
Franz
e Klaus

Apoio a tropas foi o principal uso do A7V

Os alemães se depararam com essas maquinas em meados de 1916, e notaram que além de uma relativa eficiência em em romper as linhas de defesa, tais tanques causavam um temor psicológico nos soldados que era tremendo, maior do que o estrago que de fato tais veículos causavam.
No mesmo ano de 1916 o engenheiro do exercito Joseph Vollmer começou a projetar a versão alemã do carro blindado. O veículo acabo fincado pronto apenas em 1918, com um layout bem diferente do inglês, mas ainda sim, eficiente tanto quanto.
O veículo tinha 7 metros de comprimento por 3 de largura, aproximadamente, e 3 metros de altura. Pesava 33 toneladas, e sua blindagem era de 33mm na frente e 15mm nas laterais, algo bastante impressionante a época, invulnerável para as armas contemporâneas. Era empurrado por dois motores Mercedes de 200hp, e sua velocidade máxima em condições ideais era de 15km/h, mas a velocidade normal de operação era entre 2 a 5 km/h. Possuía um moderno canhão de 57mm na parte frontal, mais 6 metralhadoras espalhadas pelas laterais e traseira. 20 unidades foram fabricadas, mas apenas 10 foram usadas como carro de combate, as outras 10 unidades serviram como cozinha móvel, tanque de água, transporte de carga e de feridos.
A primeira batalha entre tanques da história ocorreu em 1918 durante a segunda batalha de Villers-Bretonneux. A batalha em si foi muito dura, mas o encontro entre tanque foi meramente simbólico. Ao suportar uma trincheira, um A7V avistou dois tanques ingleses Mark IV, um macho e outro fêmea (eles ganharam esse nome porque um mesmo Mark IV podia receber como armamento dois canhões e três metralhadoras, os machos, ou 5 metralhadoras nos fêmeas, e eles quase sempre operavam em dupla, ou casal se preferir). O A7V e o Mark IV macho trocaram tiros por uns 15 minutos, mas pouco se acertou, e os tiros que acertavam não tinham força suficiente para danificar o adversário seriamente. Eles acabaram recuando para polpar munição. É, nada empolgante para um momento histórico tão critico...
De fato, não há registro de A7V abatidos. Ao termino da guerra, eles foram entregues aos aliados para uso e estudos, os franceses acabaram enviando os A7V para lutarem na guerra Russo Polonesa de 1920, mas não tiveram uma participação representativa. Nesta época, maquinas mais modernas, leves e rápidas estavam aparecendo, e o A7V se tornou obsoleto muito rapidamente. Eles acabaram sendo desmontados para reciclagem dos metais. Apenas uma unidade dos 20 originais foi preservada, se encontra em um museu na austrália. Exitem algumas replicas dele circulando por ai, em museus e encontros de blindados pelo mundo.
O A7V foi importante pra sua época, e ajudou a mostrar a nova face da guerra. A primeira guerra foi concebida para ser uma guerra clássica, medieval, mas o que os generais da época não perceberam de inicio, é que as grandes revoluções da ciência do inicio do século 20 estariam lutando junto aos soldados. A grande guerra é considerada a primeira guerra moderna, que salvando as proporções, foi travada da forma como se travou as guerras dos últimos 100 anos. Pela primeira vez a guerra teve mobilidade motorizada, batalhas travadas em dois níveis ao mesmo tempo pelo menos (terra e ar), pela primeira vez a guerra teve comunicação eletrônica quase instantânea, e pela primeira vez se experimentou o uso de blindados no apoio das tropas, tudo de forma rudimentar, claro. Falar em mobilidade na guerra, em batalhas que soldados ficavam meses enterrados na mesma trincheira, e comparando com a mobilidade moderna dos tanques, carros e helicópteros, e praticamente impossível, mas ao comparar com as guerras que vieram antes, verás que a primeira guerra é muito mais moderna do que ela aparenta inicialmente. E voltando ao assunto dos blindados, esse veículos rudimentares criados não surtiram um efeito contundente ao resultado final da guerra, mas os estudiosos militares da época, com destaque aos estudiosos alemães, perceberam o potencial desta maquina de guerra. Assim como os aviões, os blindados foram profundamente estudados e aprimorados no período entre guerras, e quando a segunda guerra foi deflagrada, não só as armas estavam evoluídas, mas como o treinamento e as táticas que envolviam os blindados estavam fundamentadas. Ao invadir a polônia, o primeiro evento oficial da segunda guerra, o alemães já sabiam usar seus blindados como ninguém, com técnicas e táticas que vigoram até hoje, e todas as nações que não apostaram nessa nova arma, como o caso da própria Polônia, se viu em uma posição muito ruim quando fileiras de tanques atravessavam suas linhas de defesas e o cercavam em questão de horas. Hoje não há nação militarizada que dispense o uso dos blindados, a importância deles num campo de batalha parece aumentar ano após ano, mas num teatro moderno de guerra, o que se percebe é que a pior destruição causada por tanques ainda é a psicológica, a visão de um blindado inimigo se aproximando é algo indescritível, e é uma sensação que está prestes a completar um século de vida.     
"Atirar para todos os lados" era uma característica do A7V

a lama era a realidade da Grande Guerra